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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O LIVRO DE SALMOS


O LIVRO DE SALMOS
I. O QUE É O LIVRO DE SALMOS?
É uma coletânea de 150 cânticos ou poemas espirituais, muitos dos quais foram compostos para adoração, por meio da música no Tabernáculo e no templo. Eles revelam a atitude da alma na presença de Deus, quando contempla a história vivida, a experiência presente e a esperança profética. Cada Salmo é a expressão dum consciencioso autoexame da alma frente a seu Deus, sentido e conhecido profundamente.
TEMA
O livro dos salmos é uma coleção de poesia hebraica inspirada, mostrando a adoração e descrevendo as experiências espirituais do povo judaico. É a parte mais íntima do Antigo Testamento, dando-nos uma revelação do coração do judeu santo, e percorrendo todas as escalas de suas experiências com Deus e a humanidade.
Nos livros históricos vemos Deus falando acerca do homem, descrevendo seus fracassos e seus êxitos; nos livros proféticos vemos Deus falando ao homem, admoestando os ímpios e consolando os justos à luz do futuro. Mas nos SALMOS vemos o homem falando a Deus, descobrindo o seu coração em oração e elogio e falando acerca de Deus, descrevendo e exaltando-O pela manifestação de seus gloriosos atributos.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS DOS SALMOS
A.POEMAS LÍRICOS
Os salmos não são apenas poemas, mas compilações líricas. Um trabalho dessa natureza pode ser definido como “um pequeno poema para ser cantado, expressando pensamentos e principalmente os sentimentos do escritor”. A poesia lírica tem quatro características notáveis:
1. É musical, feita para ser cantada com acompanhamento de instrumentos de corda;
2. É subjetiva ou pessoal, expressando os próprios sentimentos da pessoa que fala. Do mesmo modo que o profeta proclama a palavra de Deus, o salmista expressa os pensamentos e sentimentos do homem para com o criador.
3. Enfatiza as emoções como um dos traços identificadores mais importantes. Para retratar intensas emoções usa figuras como hipérbole ou outras palavras e expressões emotivas. Seu objetivo principal não é contar história ou mesmo expor doutrina, mas dar expressão ao lado emocional da religião.
4. A poesia lírica também é breve. Uma vez que as emoções não podem ser prolongadas numa alta intensidade, os salmos têm de ser breves. As emoções expressas são mantidas o tempo suficiente para chegar ao clímax e contornar o tema unificador. O salmo 119 é comprido, mas a sua ênfase está em completar o ciclo através de todo o alfabeto hebraico.
B.PARALELISMO
É a técnica poética básica da poesia hebraica, e tem de ser reconhecida para o livro de salmos ser bem entendido. Interpretar poesia como prosa e deixar de reconhecer adequadamente essa técnica hebraica, ou deturpará as ideias paralelas, ou fará com que pareçam ridículas.
Tipos de Paralelismo Hebraico:
Muitos tipos são usados. Os mais importantes são: sinônimo, antitético e sintético.
1. Sinônimo – A segunda linha repete ou reproduz a primeira em palavras semelhantes. Ex.: Sl 19.1:
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos.”
2. Antitético – A segunda linha expressa ideia oposta à da primeira, fazendo contraste. Ex.: Sl 1.6:
Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.”
3. Sintético – A segunda linha completa ou amplifica a primeira. Ex.: Sl 19.7:
A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices.”
IMAGENS OU FIGURAS
Do mesmo modo que a prosa é assinalada por descrições literais, a poesia usa representações figurativas. A maioria dos salmos emprega essas figuras em que dois níveis de significado ou de vida estão relacionados. O salmo 1, por exemplo, descreve as delícias de um viver piedoso pela simpless imagem de uma árvore plantada junto a corrente de águas. O salmista tece dois ou mais níveis de significado para descrever com intensidade as verdades que estão sendo declaradas. As seguintes figuras dos salmos são as mais conhecidas:
1. Símile – Esta figura faz uma comparação explícita por semelhança em um ou mais pontos. É uma comparação formal e usa a palavra “como”. Salmo 1.3: “Ele é como a árvore...”
2. Metáfora – Compara por representação, declarando uma coisa para ser outra, uma comparação implícita, com uma certa afirmação (sem a palavra formal “como”). Sl 23.1: “O Senhor é o meu pastor...”
3. Alegoria – É a figura de metáforas que se estendem ao redor de um tema central. Sl 80.8: ”Trouxeste uma videira do Egito”. Aqui Israel é descrito como “uma videira do Egito”.
4. Metonímia – Substitui uma palavra por outra, estabelecendo uma relação entre as duas. Sl 73.9:”A sua língua (palavra) percorre a terra...”
5. Hipérbole – É um exagero, empregado para dar maior ênfase. Sl 6.6: “Todas as noites faço nadar o meu leito”.
6. Personificação – Fala de objetos inanimados ou ideias abstratas como se fossem seres vivos. Sl 35.10: “Todos os meus ossos dirão: - Senhor, quem Contigo se assemelha?” e Sl 114.5 – 7: “Que tens ó mar, que assim foges?...”
7. Antropomorfismo – Atribui a Deus características humanas. Sl 10.12: “Levanta-te, Senhor! Ó Deus, ergue a tua mão!”
8. Antropopatia – Atribui a Deus paixões e sentimentos humanos. Sl 6.1: “Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.”
AUTORES
Muitos dos salmos são anônimos e a autoria de alguns está em dúvida. Os autores geralmente reconhecidos são os seguintes:
Davi, é considerado como autor dos 71 salmos que levam o seu nome.
Asafe, o diretor do serviço do coro do templo no tempo de Davi, que também é um profeta (ICr 6.39;IICr 29.30).
Salomão, rei de Israel.
Moisés, o chefe e legislador de Israel.
Emã, um cantor e profeta do rei (ICr 6.33; 15..19; 25.5,6).
Esdras, um escriba que ensinava a lei aos judeus depois do cativeiro.
Etã, um cantor (Icr15.19).
Ezequias, rei de Judá.
Os filhos de Coré dirigentes da adoração em Israel.
Jedutum, cantor-mor no Tabernáculo (ICr 25.10).
DIVISÃO DOS SALMOS
1º Salmos de Instrução – sobre o caráter dos homens bons e maus, sua felicidade e sua miséria (Sl 1); sobre a excelência da Lei Divina (19 e 119); sobre a futilidade da vida humana (90); deveres dos que governam (82); humildade (131). 2º Salmos de louvor e adoração – Reconhecimento da bondade e do cuidado de Deus (23 e 103); reconhecimento de Seu poder e de sua Glória (8, 24, 136, 148). 3º Salmos de ações de graça – Pelas misericórdias para com os indivíduos (18, 34); Pelas misericórdias para com os israelitas em geral (81, 85). 4º Salmos Devocionais – Os sete salmos de arrependimento (6, 32, 38, 51, 102, 130 e 143); expressivos de confiança sob a aflição (3 e 27); expressivos de extrema aflição, mesmo assim não sem esperança (13, 77); orações em tempo de aflição severa (4, 28 e 120); orações quando privado do culto público (42); orações em tempo de aflição e perseguição (44); orações de intercessão (20 e 67). 5º Salmos Messiânicos – 2, 16, 22, 40, 45, 72, 110 e 118. 6º Salmos Históricos – 78, 105 e 106.
TERMOS POÉTICOS: SALTÉRIO – Era o instrumento de cordas, com que se acompanhavam os cânticos dos hinos e salmos, e, por isso, chamar -se “saltério” ao livro que é o mais rico repositório da música inspirada de Israel. SELÁ – Esta expressão hebraica “selah”, quer dizer pausa, o intervalo que, na música, sustenta ou interrompe determinadas notas, uma espécie de entreato musical.

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